
Ao acompanhar um dia extraordinário na vida de três habitantes de uma remota vila na Patagônia, o filme esmiuça a vida em um lugar tão remoto. É simples, silencioso, vasto e até mesmo repleto de suspense em algumas partes. Eu me dividi entre lembrar do que viria a seguir e criar uma nova experiência com esse filme. Ele é tão despretensioso, não fiquei surpresa de perceber como ele havia escapado à minha lembrança. Bom, eu realmente estou envelhecendo, e a minha memória está alegremente se adequando à velhice. Mesmo assim, não costumo esquecer completamente de um filme e, sobretudo, se o vi ou não. Ao final, entendi meu esquecimento. Não é que o filme careça de importância ou seja trivial, é justamente o contrário. Ele é tão cheio de vida, de uma forma delicada e calma, com a belíssima Patagônia como pano de fundo para o extraordinário da vida comum de três pessoas num lugar esquecido por Deus.
Eu li muitos comentários se referindo a esse filme como uma espécie de visão sul americana para A História Real, o filme de ontem. Não foi por acaso que eu assisti aos dois em dias consecutivos. Ambos são tecidos a partir de uma paisagem vasta contraposta a detalhes cuidadosos, mas há algo no filme de David Lynch que está ausente aqui. Estou errada de cair nesse tipo de comparação, no entanto. É sempre um risco e um equívoco. Contudo, um filme pode remeter a outro, tanto externamente quanto no modo como ressoa em nós, e esses dois sem dúvida estabelecem um diálogo interessante quando colocados próximos um do outro.
http://onemovieadaywithamelie.blogspot.com.br/2015/07/day-126-intimate-stories-or-minimal.html
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Historias Mínimas. Dirigido por Carlos Sorin. Com: Antonio Benedicti, Javier Lombardo, Javiera Bravo. Witer: Pablo Solarz.Argentina/ Espanha, 2002, 92 min., Dolby Digital, Color (Netflix). |
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