Velhos costumes, novas maneiras, questões atuais... nada parece mudar de verdade.

Não à toa o filme recebe seu título. Os sons que compõem uma vizinhança de classe média na bela cidade do Recife são os narradores de fato aqui. O visível cuidado como design de som (também creditado a Kleber) é uma forma de nos inserir na vida dos moradores dessa vizinhança, de forma a percebermos o que se esconde por detrás da banalidade da sua vida cotidiana. Nos acompanhamos seu dia-a-dia, seus conflitos, interesses amorosos, dificuldades, estruturas social e familiar... e, como ocorre com esses moradores, não percebemos a ameaça maior que se encontra ali, estabelecida desde tempos anteriores. Sua presença reconhecida e até mesmo admirada, no nosso ambiente próximo, causa horror e espanto. Um olhar atento de um contador de história a respeito de sua própria comunidade.
Eu absolutamente amei esse filme. Sempre me maravilha como alguns cineastas conseguem contar da vida de uma forma tão detalhada e precisa, seja por meio de uma narrativa mais tradicional ou de forma mais inovadora (como é o caso aqui). Nessas produções, que carregam consigo grande honestidade, vemos a vida por uma mente de aumento. Vemos nossas próprias faces nessa lupa: visualizamos cada poro, aberto de forma a absorver o que está ao nosso redor, de um modo contundente.
http://onemovieadaywithamelie.blogspot.com.br/2015/07/day-140-neighboring-sounds-o-som-ao.html
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O Som ao Redor. Dirigido e escrito por Kleber Mendonça Filho. Com: Ana Rita Gurgel, Caio Almeida, Maeve Jinkings. Brasil, 2012, 131 min., Dolby Digital, Color/Petro & Branco (DVD). |
Fragmentos: Sense8 (de novo :), temporada 1, episódios 9 e 10.
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