O filme de fato possui alguns problemas como produção, mas os pontos altos prevaleceram, e eu passei quase todo o filme com um sorriso na face.
O maior defeito aqui, a meu ver, é o excesso de explicações do narrador in off. Se trata de um filme de ficção científica, pelo amor de Deus. Consistência é importante, sempre, mas a voz do narrador esmiuçando cada mínimo detalhe é de dar enjoo. A explicação sobre por que a personagem principal para de envelhecer é interessante, mas foi demais. A necessidade constante de explicação detalhada nas produções de Hollywood se encontra tão ultrapassada, já se poderia ter deixado esse aspecto de lado há tempos. E nesse filme é ainda pior. Mas a história é boa, as atuações convencem, os personagens são cativantes - esses são alguns dos elementos que conduzem a um bom filme, apesar de outros fatores no sentido contrário.
Blake Lively carrega sua personagem de um modo controlado e intenso, e o faz muito bem. Michiel Huisman é o pai da Kira, então ele pode fazer o que quiser que está bom (Sinto muito, fãs de GoT, não posso me referir muito a Daario Naharis). Seu personagem é um sinal de como os personagens românticos estão mudando já há um tempo, principalmente na literatura. Claro, o cara é rico, está em forma, é super gato (e pensar que as pessoas comuns e não super lindas ainda são indignas de amor na ficção popular romântica). Mas ele possui outros aspectos que são interessantes: é inteligente (um gênio, na verdade), desajeitado, honesto, querido, totalmente nerd. Essas eram características incomuns num protagonista de romance até uns anos atrás, mas estão se tornando mais constantes atualmente.
http://onemovieadaywithamelie.blogspot.com/2015/05/day-seventy-five-age-of-adaline-may-23.html
Tudo bem. De fato, eu quero dizer algo mais: ficção científica e fantástica costuma se referir a aspectos fundamentais da vida e seus contos surreais, e por isso é tão cativante. Aqui, o essencial é como tememos viver e nos apaixonar a tal ponto que paramos de viver de todo - neste caso, a personagem para de envelhecer. Até que ousamos enfrentar o que parecia impossível e voltamos à vida - e não somente à sobrevivência. O universo não nos deixa escapar ilesos por muito tempo, na verdade, e isso é retratado de forma muito bonita no filme. No entanto, mais uma vez eu preciso dizer: o espectador ficaria bem com um pouco menos de explicações, porque as melhores histórias não têm necessidade delas. O mundo e as pessoas que elas apresentam são suficientes para contar tudo, quando bem narradas. Mas esse filme não conseguiu ousar ser dessa forma, eu creio.
http://onemovieadaywithamelie.blogspot.com/2015/05/day-seventy-five-age-of-adaline-may-23.html
Estou sendo muito óbvia??? |
Desculpa, mas considero importante destacar esse ponto... |
Nenhum comentário:
Postar um comentário