6 de ago. de 2015

Dia 112: Terapia do Sexo (29 de junho)

Esse poster não reflete em nada o filme....
Em um dos diálogos de Terapia do Sexo (Thanks for Sharing), um dos personagens confronta outro a respeito de ser mais aberto sobre o seu vício em sexo. Ela sustenta que ela consegue ser clara e explícita sobre o câncer de mama que teve há um tempo desde o primeiro momento em um relacionamento, então por que ele não poderia fazer o mesmo? A resposta: uma doença acarreta simpatia; vícios recebem jugamentos.  

Talvez justamente por essa razão eu não tenha ouvido falar desse filme consistente e honesto antes. Vício em sexo pode levar a julgamentos ainda mais cínicos, eu creio - podemos perceber o quanto por meio das reações mais comuns a um filme a respeito desse tema.  Não deveria ser assim, no entanto, porque, de acordo com uma das primeiras falas do filme, o vício em sexo é como se um viciado em crack em recuperação andasse com o cachimbo colado ao seu corpo.  O personagem que assim afirma não está apresentando uma desculpa com sua fala. É apenas seu modo de explicar os aspectos mais complexos desse vício, o que funciona de forma bela nessa historia sensível sobre as muitas faces do vício por meio de personagens queridos e fortes - apesar de nossa rejeição inicial a alguns deles (o que denota o já implícito preconceito ao lidar com o tema). É de certa forma triste perceber o quanto nossas ideias podem ser preconcebidas em relação às dificuldades e dor de outrem. 

Ao esbarrar com o filme na Net, eu fiquei intrigada de como eu não havia notado essa produção com Tim Robbins, Mark Ruffallo, Pink e Gwyneth Paltrow. O elenco, assim como a história, é consistente. Josh Gad, que eu nunca havia visto em um papel tão bom, é surpreendente - nós o desprezamos e amamos com a mesma intensidade. Juntamente com a excelente atuação, podemos conhecer melhor os variados aspectos de um vício e alguns de seus padrões. Podemos também perceber como cuidadosa foi a elaboração dessa história, que conseguiu evitar um tom professoral de uma tese. O filme carrega em si muitas lições importantes e contundentes, mas o faz por meio de personagens que soam tão reais, tão próximos a nós, que não nos resta outra alternativa senão nos importarmos de verdade com eles, entendendo-os e respeitando a dificuldade da luta que eles têm à sua frente. 

Percebemos, ainda, como muitos aspectos da nossa vida, apesar de não se tratarem de um vício em si, caminham nessa direção com bastante facilidade, refletindo também a nossa dificuldade em lidar com a vida em alguns momentos (todos os dias...).

http://onemovieadaywithamelie.blogspot.com/2015/06/day-112-thanks-for-sharin-june-29.html

Não consegui encontrar nenhuma foto com os quatro personagens centrais que
refletisse o filme para mim.. Essa foto é muito feliz, rs.
Terapia do Sexo (Thanks for Sharing)Dirigido por Stuart Blumbeg. Com: 
Mark Ruffalo, Tim Roboins, Josh Gad, Pink. Roteiro: Stuart Blumberg, Matt 
Winston. EUA, 2012, 112 min., Dolby Digital, Color (Net). 

PS: Algumas comparaçoes com Shame foram inevitável aqui. Apesar de não explodir o nosso coração e alma como faz o filme de Steve McQueen, este aqui também consegue ser bastante intenso, deixando-nos com sentimentos contraditórios, além de um senso de esperança no sentido de conseguir superar nossos aspectos mais desafiadores.

PPS: Ao responder sobre o que ele normalmente come durante um filme, Ty Burrell disse ser especialmente monótono em sua escolha usual, uma xícara de chá. Eu estava vendo essa reportante antes do filme de hoje enquanto esperava o meu chá, companhia para esse filme, ficar pronto :)

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