23 de jun. de 2015

Dia 10: Três é Demais (19 de março)

Um dia com um filme de Wes Anderson é certamente feliz.  

Em todos seus filmes, ele nos leva pela mão com trilhas sonoras perfeitas... Assim sendo, eu começo este post apresentando três das músicas de Três é Demais (Rushmore), no décimo dia deste desafio. Eu escolhi estas, mas no youtube se pode encontrar a trilha completa, que é toda incrível.



Eu li que  Anderson imaginou para este filme 
uma trilha só com músicas do The Kinks. Mas
acabou por usar só esta..




A música de uma das minhas cenas, aquela  da 
árvore. Absolutamente lindo e de cortar o coração. 


No final do ano passado, eu li um livro, parte de uma trilogia, chamado Anna e o Beijo Francês (Anna and the French Kiss), de Stephanie Perkins, destinada a jovens adultos. Anna é uma adolescente americana estudando em Paris contra a sua vontade. Ela ama os filmes, quer estudar cinema na universidade, mas ainda assim não sabe que Paris é a capital dos cinemas (um argumento com várias falhas, ao que parece). O livro é fofo, os personagens também, e algumas das referências que ele traz são incrivelmente parecidas com as minhas, como esta: 
"Bridge liga quando eu estou assistindo a Rushmore no conforto da minha mini-cama. Esse filme lançou a carreira de Wes Anderson como diretor. Wes é incrível, um verdadeiro autor envolvido em cada aspecto das suas produções, com um estilo próprio reconhecível em cada cena - melancólico e peculiar, direto e obscuro" (p. 237).

Um dos filmes favoritos de Anna eu nunca tinha visto até hoje, apesar de gostar imensamente de Wes Anderson. E durante toda a duração do filme, eu me perguntava jpor que havia demorado tanto. 

Na verdade, essa demora em ver um dos filmes de Anderson está se tornando quase uma tradição. Exceto O Grande Hotel Budapeste (The Grand Budapest Hotel, 2014), que eu vi duas vezes no cinema assim que estreou, eu costume ser cautelosa no que se refere às produções de Wes (depois de ´todo esse tempo, eu acho que já podemos nos tratar pelo primeiro nome :).  

O primeiro de seus filme que vi foi Os Excêntricos Tenenbaums (péssima tradução para The Royal Tenenbaums, 2001, que se tornou objeto de discussão do segundo capítulo daminha dissertação de mestrado). Eu posso explicar o atraso:  os registros do filme em fotos me causaram um grande estranhamento. Mas já na primeira cena, eu fui capturada para toda a vida  pela forma de Wes Wanderson narrar uma história.  Os atrasos seguintes ocorreram por outra forma de cautela: eu já tinha conhecimento de como seus filmes  iriam me abalar, com toda certeza. Então, eu sempre acabo tomando bastante cuidado ao me aproximar dos filmes de Wes Anderson. Mas, novamente, eu sempre sou alegremente lançada em seus mundos já na primeira cena. 

O meu dia teve outra tonalidade por conta de  Rushmore. E não se trata de uma história feliz, mas uma bastante verdadeira. Um conto sincero sobre amor, perda, amadurecimento, solidão, amizade e todas as coisas que nos são importantes. Wes Anderson é um mestre na arte de filmar a vida. A forma não naturalista com que o faz somente acentua a honestidade dos seus filmes, e não o oposto, como seria de esperar. Ele expõe os elementos ficcionais das suas narrativas, e, assim, ele nos insere no tumulto que é estar vido. E feliz. E perdido. Apaixonado. Maravilhado e perplexo. 

Segurando-nos gentilmente pelas mãos, ele nos leva a caminhar por suas imagens sempre belas, acompanhados de músicas de imensa melancolia que ele escolhe especialmente para essas viagens especiais pela vida comum. 

http://onemovieadaywithamelie.blogspot.com/2015/03/day-ten-march-19.html



A música nesta cena é  Oh, Yoko, de John Lennon. Agradeço 
por ter visto esse filme em casa... eu cantei tão alto, pulando 
no sofá, dançando e cantando... Este é o efeito causado pelos
filmes de Wes Anderson, Ladies and Gentleman!!!!





Rushmore. Dirigido por Wes Anderson. Com: 
Jason Schwartzman (em seu primeiro papel no cinema); 
Bill Murray, Olivia Williams. Roteiro: Wes Anderson, 
Owen Wilson. EUA, 1998, 93 min., DTS/Dolby 
Digital/SDDS, Color (DVD).


PS: Sendo este o primeiro filme pelo qual Wes Anderson ficou conhecido, podemos presenciar algumas participaçoes que posteriormente se tornaram constantes em seus filmes. Há muitos rostos familiares. Esse foi o começo de algumas colaborações de muitos anos, e é curioso ler a trivia no imdb. com. A história que conta como Bill Murray chegou a este filme é particularmente querida. 

PPS:  A primeira cena de Os Excêntrios Tenembaums é uma forma bela e perfeita de apresentar uma história, contada na companhia da versão orquestrada de Hey Jude, dos Beatles, de uma tal forma que tira nossos pés do chão e nos coloca a bordo de uma jornada familiar de amor e inadequação. 

PPPS: Fragmentos: A Culpa é das Estrelas (The Fault in Our Stars, 2014 - o filme inteiro, na verdade); As Horas ( The Hours,  2002 - maravilhoso); Divergente (Divergent, 2014).

Nenhum comentário:

Postar um comentário