Hoje lembrei de algo que vi num filme com Robin William, Violação de Privacidade (The Final Cut, 2004): seu personagem edita as imagens presentes no chip que todas as pessoas carregaram durante a vida, por detrás de seus olhos, o qual captura cada momento de suas vidas. A versão editada é apresentado como um elogio fúnebre. Depois de uma dessas exibições, o irmão do falecido questiona o editor a respeito da cor do barco da família. Nas imagens editadas, o barco é vermelho, mas na sua lembrança ele era verde - ou algo assim, porque minha própria memória não é nada exata também.
Nenhuma memória é, eu acho. "Você não lembra do que aconteceu. O que você lembra se torna o ocorrido" - "You don't remember what happened. What you remember becomes what happened" -, diz John Green em O Teorema de Katherine.
Esse poster é tão egocêntrico que até doi. |
Essa citação poderia se aplicar ao meu dia hoje. Minha cabeça se confunde muto às vezes. Por alguma razão que eu nunca vou saber determinar, eu pensei que a história em Promessas de Guerra (The Water Diviner) se baseava em fatos ocorridos. E apenas por conta disso eu resolvei dar uma chance ao último filme de Russel Crowell - sua estreia na direção. Alguns filmes são interessantes apenas por seus aspectos biográficos, como considerei recentemente com O Jogo da Imitação (The Imitation Game) e A Teoria de Tudo (The Theory of Everything - que eu insisto em chamar the teoria do nada...). Mas eu me enganei, a história aqui não se refere a fatos, e então o motivo principal que me levou a assistir a esse filme inacreditavelmente cafona se perdeu em um truque vergonhoso da minha própria cabeça.
O filme é tudo que eu imaginava e ainda pior. Closes gratuitos e mal enquadrados, edição tosca, som e dublagem lamentáveis (não sei a diferença entre mixagem e edição de som, mas os dois são horrível aqui - não há como salvar nenhum aspecto dessa bagunça), um desperdício de trilha sonora, cenas românticas horrorosas, edição sem sentido (eu tenho de repetir, porque é realmente muito ruim). O argumento é bom, mas é isso. A fotografia não é odiosa como todo o resto (não sei como se conseguiria arruinar a paisagem linda da Turquia), mas ela por si só não consegue salvar essa narrativa apressada e estereotipada.
Em alguns momentos, eu tive de cobrir meu rosto tão grande era a vergonha. No entanto, a cotação no imdb.com é boa, então talvez seja só a minha veia do contra em ação mais uma vez.
http://onemovieadaywithamelie.blogspot.com/2015/05/day-eight-one.html
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PS: Os dois fragmentos do dia trouxeram Benedict Cumberbatch em diferentes momentos da sua carreira. O menos conhecido Third Star, 2010, pareceu horrível para mim à primeira vista, mas tem boa cotação no imdb.com. O outro é mais conhecido, e estou na frente dele agora: Além da Escuridão - Star Trek, 2013.
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