11 de jul. de 2015

Dia 86:Uma Nova Chance para Amar (3 de junho)

Ainda um pouco avariada pela gripe, eu me vi mais uma vez zapeando pela Net à procura de um filme quando me deparei com Uma Nova Chance para Amar (The Face of Love). Fiquei ali, então, e acabei por ver o filme todo. 

De início, pensei que seria bom ver um filme com Ed Harris, de quem gosto muito e que não via na tela há um tempo. Seu personagem é doce, sensível, magoado... não foi difícil gostar dele. O problema aqui é a Nikki de Annette Bening. Ou, melhor: o maior problema, na verdade, foi a inesperada abdução do roteirista em determinado ponto da produção. Essa é a única explicação para a destruição de uma boa história. 

Eu não assistir a esse filme nos cinema porque ele parecia um pouco bobinho em excesso - o título em português não ajuda. O original é mais interessante, A Face do Amor, mas também pode dar arrepios, principalmente quando explicado na última cena. Tudo se transforma em uma tremenda cafonice, ao final, daí a ideia da abdução. O triste é que logo antes do naufrágio de uma boa história, houve uma cena realmente intensa e bem dirigida que nos dá esperanças de que o filme vai chegar a um final interessante. Mera ilusão. A última cena veio, todos os aspectos interessantes no filme foram direto para o inferno dos filmes que dão errado. Você acha que eu estou exagerando? Na verdade, estou sendo até delicada. 

Pier Paolo Pasolini, cineasta italiano, disse, em Empirismo Hereje (com J mesmo), que o significado de uma vida se constrói no seu fim, a morte. Nos filmes, uma vida por si só, acontece o mesmo. A edição final, e especialmente a última cena, confere a ele uma significação. É triste dizer que o último instante de uma vida ou a última cena de um filme podem arruinar vida e filme. Mas acontece nas duas instâncias. Claro, há muitas outras possibilidades de interpretação e difeferentes formas de nos relacionarmos com elas. Como a vida, um filme não é algo fechado. Mas seu fim diz muito sobre ele. Creio que o roteirista nesse caso estava tão ansioso para dar um sentido maior à sua história que ele conseguiu justamente o oposto. Outro pensamento que me ocorreu foi que ele não foi corajoso o suficiente para se comprometer com a Propriá história. Assim, o final de The Face of Love foi tão incongruente e apressado (e bobo) que estragou todo o filme para mim. 

http://onemovieadaywithamelie.blogspot.com.br/2015/06/day-eight-five-face-of-love-june-3.html


Quando procurei por uma imagem de The Face of Love, esta foto surgiu... e como
ainda estou bastante irritada com o filme, ela pareceu melhor que qualquer outra
relacionado a ele. E David Tennant é de fato a face do amor :)

Uma Nova Chance para Amar (The Face of Love). Dirigido por Arie Posin.  
Com: Annette Bening, Ed Harris, Robin Williams. Roteiro: Matthew McDuffie, 
Arie Posin (Não sei quais dos dois foi abduzido. Talvez ambos. Ou nenhum. É
provável que esse tenha sido apenas um mal dia no escritória afinal de contas). EUA
2013, Dolby Digital, Color (Net).



PS: Obsessões amorosas resultam em filmes fortes... isso é, se não houve uma procura inútil por significado ou redenção, como é o caso em The Face of Love. Um desses bons filmes é Womb, 2010, com o Doctor Matt Smith e a sempre linda e incrível Eva Green (Eu realmente gosto dela :). Benedek Fliegauf não teve medo de contar essa história difícil, até o seu final visceral e perturbador. 

PPS: Já há dois dias eu tenho me irritado com personagens =  Brook e Nikki não foram fáceis de lidar. Às vezes eu fico não chateada e brava com um filme, tanto que mesmo uma breve menção a ele me irrita novamente. Foi assim com Closer,  2003, um renomado filme do diretor Mike Nichols que eu simplesmente detestei. Os personagens são confusos de uma forma que se tornam insuportávels. E eu sempre me relaciono bem com pessoas confusas, sendo eu uma delas... Mas aqueles personagens eram irritantes e estúpidos demais. Em determinado momento, eu tive uma forte vontade de rasgar a tela, tão brava eu estava. Pode ser extremado e até mesmo uma maluquice, mas alguns filmes conseguem me deixar brava assim. 

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