3 de jul. de 2015

Dia 42: A Vida dos Outros (20 de abril)

Já os primeiros 15 minutos de A Vida dos Outros (Das Leben der Anderen), a estreia do diretor alemão Florian Henckel von Donnersmarck, eu pensava em como sou grata por não presenciarmos ditaduras comunistas mais... somente para, neste exato momento, ter um pensamento no sentido contrário: mas esse tipo de violência ainda é atual, e de fato talvez até pior, tendo em vista os avanços tecnológicos que facilitam a quebra de privacidade. Governos abusivos são uma constante, e provavelmente nunca cessaremos de viver sob os excessos de poder. 

Um silêncio crescente foi tomando conta de mim durante o filme... primeiro, o silêncio dominou toda a minha cabeça, meus pensamentos... depois, ele chegou ao meu coração e, finalmente, à minha alma, até que eu era somente silêncio e incredulidade diante do que via. 

Ao final, eu estava absolutamente parada em frente a uma história tão palpável. Um dos personagens, nos 15 minutos finais, diz para um ex-ministro de Estado que ele não era capaz de acreditar que essa pessoa tão mesquinha e perversa houvesse governado seu país. Nós presenciamos essa incompetência, má-fé e abuso de poder diariamente, em todo o mundo. Por esse motivo, um filme de 2006 a respeito de eventos ocorridos entre 1984 e 1989 não é obsoleto, como alguns filmes históricos podem correr o risco de se tornarem após um tempo.  

Este foi outro filme que eu demorei a assistir, mas que sou grata por haver chegado a ele finalmente.

http://onemovieadaywithamelie.blogspot.com.br/2015/04/day-forty-two-april-20.html

A Vida dos Outros (Das Leben der Anderen). Dirigido e escrito por Florian 
Henckel von Donnersmarck. Com: Urich Mühe, Martina Gedeck,
Sebastian Koch. Alemanha, 2006, 137 min., Dolby Digital, Color (Netflix).

PS: Martina Gedeck estreou um dos meus filmes queridos na vida, Simplesmente Marta (Bella Martha). O quanto ele é bom e sensível ficou claro para mim quando assisti ao remake norte-americano, Sem Reservas (No Reservations).Com Catherine Zeta-Jones, Aaron Eckhart e Abigail Brealin, esse filme traz atores de que gosto muito, mas que não conseguiram fazer muito por uma produção que transformou uma boa história original em um amontoado de cenas açucaradas. 

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